A embarcação Saúde Conectada - Copaíba vai levar atendimento médico em atenção primária a trabalhadores industriais em áreas ribeirinhas da Amazônia. A iniciativa, capitaneada pelo
Serviço Social da Indústria (SESI) em parceria com o Ministério da Saúde e o Conselho Nacional do SESI (
CN-SESI), oferecerá cuidados prioritários, como doenças crônicas, saúde mental e auxílio no combate ao tabagismo e à obesidade. O barco é movido a energia solar e tem a operação neutra em emissão de carbono.
A iniciativa foi lançada nesta sexta (14), no Terminal Hidroviário de Tamandaré, em Belém, em meio às atividades da COP30, e contou com a participação do ministro da Saúde, Alexandre Padilha; do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (
FIEPA), Alex Carvalho; do diretor-superintendente do SESI, Paulo Mol; e do presidente do CN-SESI, Fausto Augusto Junior.
Embarcação foi feita sob medida para a realidade da Amazônia
Com 15 metros de comprimento, 6 de largura e duas cabines de atendimento, a embarcação foi desenvolvida especificamente para a realidade amazônica, em parceria com a Universidade Federal do Pará (
UFPA), sendo projetada para superar grandes distâncias, a sazonalidade dos rios e a dispersão geográfica das comunidades.

Com conectividade via satélite, integra teleconsultas, telediagnóstico, exames e acompanhamento multiprofissional em fluxo de referência com as redes locais de saúde, possibilitando atenção primária e exames laboratoriais, eletrocardiograma, eletroencefalograma, audiometria e espirometria, realizados por médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e educadores físicos.
Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a iniciativa é estratégica para ampliar o acesso em regiões onde o atendimento é historicamente limitado. “É um barco adaptado para chegar às pequenas comunidades, operando com energia solar, manejo adequado de resíduos e zero emissão de carbono”, afirmou.
O projeto integra as ações previstas em acordo de cooperação técnica entre as instituições. Segundo o diretor-superintendente do SESI, Paulo Mol, a integração fortalece a equidade no acesso à saúde, por meio de diretrizes conjuntas de operação e uso de plataformas digitais voltadas ao atendimento de comunidades ribeirinhas e polos industriais.
"Quando se tem um atendimento por barco, levando atendimento de barco às populações ribeirinhas, isso é dar cidadania, é fazer com que, de fato, a saúde chegue", disse.
Atendimento terá 12 linhas de cuidado prioritárias
O modelo foi estruturado para atender prioritariamente empresas, trabalhadores da indústria e seus familiares, com possibilidade de expansão para outros setores, como comércio e agronegócio.
Foram identificadas 12 linhas de cuidado prioritárias, entre elas diabetes, hipertensão, dor lombar, eventos cardiovasculares, acidente vascular cerebral (AVC), cefaleia, transtornos de ansiedade, transtornos do sono, obesidade e sobrepeso, tabagismo, depressão e prevenção e rastreamento de cânceres mais letais ou incapacitantes. Essas condições poderão ser monitoradas à distância pela plataforma, permitindo acompanhamento contínuo, intervenções oportunas e manutenção da capacidade laboral.
Na avaliação do presidente do Conselho Nacional do SESI, Fausto Augusto Junior, o projeto inaugura uma nova etapa na organização da saúde na região. “A proposta é ampliar a presença da saúde nos territórios, fortalecer a prevenção e garantir que o cuidado chegue a quem vive e trabalha em áreas de difícil acesso”, destacou.
“Obrigado por embarcarem neste barco”, disse o o presidente da FIEPA, Alex Carvalho. “É com muita alegria e satisfação que iniciamos uma nova era na chegada da saúde aos rios mais distantes, com atendimento de qualidade, dignidade e a alegria de poder ajudar”, comemorou Carvalho.
Copaíba fará atendimentos em Belém até o fim da COP30
A presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernanda Magano, que participou ativamente da implementação do projeto, destacou que a embarcação fortalece o Sistema Único de Saúde (SUS) ao incorporar tecnologia, telemedicina e saúde digital à realidade amazônica.
Ela lembrou que a iniciativa segue o princípio de “cuidar de vidas, cuidar de pessoas” e integra o AdaptaSUS e o plano Saúde Amazônia como parte de “uma parceria potente para enfrentar as emergências climáticas”.
Outro ponto central é o caráter cooperativo da ação. O Acordo de Cooperação Técnica firmado entre SESI, Conselho Nacional do SESI e Ministério da Saúde estabelece diretrizes de operação, uso de plataformas digitais, formação de equipes e monitoramento de indicadores como acesso, resolutividade e satisfação dos usuários.
Batizada com o nome Copaíba, árvore amazônica medicinal conhecida como “antibiótico da mata”, a embarcação permanecerá no Píer Tamandaré, em Belém, até 21 de novembro, das 9h às 12h, com atendimentos, exames e ações de orientação em saúde para trabalhadores da indústria e comunidades ribeirinhas selecionadas.
Em seguida, a Saúde Conectada – Copaíba seguirá roteiros programados pelos parceiros por diferentes regiões da Amazônia, com monitoramento contínuo das condições de saúde pela plataforma digital.
CNI na COP30
A participação da CNI na COP30 conta com a correalização do
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e do
Serviço Social da Indústria (SESI).
Institucionalmente, a iniciativa é apoiada pela Associação Brasileira de Energia Eólica (
ABEEólica), Câmara Americana de Comércio para o Brasil (
Amcham Brasil), Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (
CCAB), First Abu Dhabi Bank (
FAB), Sistema
FIEPA,
Instituto Amazônia+21,
U.S. Chamber of Commerce e International Organisation of Employers (
OIE).
A realização das atividades da indústria na COP30 recebe o patrocínio de
Schneider Electric,
JBS,
Anfavea,
Carbon Measures,
CPFL Energia, Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (
IBP),
Latam Airlines, MBRF,
Pepsico,
Suzano,
Syngenta,
Acelen Renováveis,
Aegea,
Albras Alumínio Brasileiro S.A.,
Ambev,
Braskem,
Hydro, Instituto Brasileiro de Mineração (
IBRAM),
Itaúsa e
Vale.