Governo e empresários se reúnem em São Paulo para fortalecer agenda comum da saúde

Conselho Nacional do SESI participou da primeira reunião do Movimento Empresarial pela Saúde, realizada na sede da CNI, na capital paulista

Por: Luisa Bretas
29/09/2025 - 15:12
Governo e empresários se reúnem em São Paulo para fortalecer agenda comum da saúde
1ª Reunião do MES foi realizada em São Paulo, na última quinta-feira, 25. Foto: Michelle Fioravanti/CNI
A primeira reunião do Conselho Estratégico Institucional do Movimento Empresarial pela Saúde, iniciativa do Departamento Nacional do SESI em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), ocorreu na última quinta-feira (25), em São Paulo, e contou com a presença do Conselho Nacional do SESI. O encontro reuniu representantes do governo e do setor privado para discutir o cenário da saúde no país e a gestão corporativa do setor.

Durante o evento, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou a criação do Fundo de Investimento em Infraestrutura de Saúde (FIIS-Saúde), operado pelo BNDES. O fundo terá R$ 20 bilhões destinados à saúde e à educação. Metade do valor será aplicada ainda em 2025; o restante, em 2026.



Os recursos vão financiar a construção, ampliação e modernização de unidades de saúde em todo o Brasil. Também serão usados para compra de equipamentos — nacionais credenciados ou importados quando não houver equivalente no país —, transporte sanitário (vans, ambulâncias, barcos e helicópteros) e serviços de instalação e manutenção.

Estados, municípios e hospitais privados ou filantrópicos que aderirem ao programa “Agora Tem Especialistas”, lançado em junho, terão acesso a linhas de financiamento com juros abaixo de 6% ao ano. O edital deve ser publicado nos próximos dias.

Segundo Padilha, a criação do fundo e a atuação do movimento empresarial representam oportunidade de ampliar negociações e reforçar a agenda da saúde no Brasil e no cenário internacional.

“O Brasil é o único país no mundo com um mercado público de mais de 200 milhões de habitantes capaz de oferecer saúde como direito. Esta iniciativa é uma oportunidade de transformar o debate em diálogo permanente, estimular a inovação, incorporar tecnologias, a exemplo das cabines de saúde do SESI, fortalecendo a indústria nacional”, afirmou.

Alinhamento estratégico entre setor industrial e governo

O presidente do Conselho Nacional do SESI, Fausto Augusto Junior, disse que o Movimento Empresarial pela Saúde é fundamental como instância de cooperação entre governo e setor privado.



“Estamos diante de transformações aceleradas, que exigem novas respostas e soluções inovadoras. O Movimento Empresarial pela Saúde se afirma como um espaço estratégico para o diálogo e a construção conjunta de caminhos. Ao reunir governo e empresas, o MES reforça o potencial do país de integrar visões e alinhar interesses com o objetivo de desenvolver um sistema de saúde preparado para os desafios do século XXI", afirmou.

O presidente da CNI e conselheiro do CN-SESI, Ricardo Alban, reforçou a relevância crescente do movimento.



“Apesar de recente, o MES já demonstra impacto. Vai além da questão dos custos. Trata do bem-estar e da produtividade. É uma pauta estratégica não apenas para a saúde, mas também para o crescimento da indústria e do país.”

Desafios e transformações do setor da saúde

Os painéis técnicos discutiram o papel da saúde nas empresas, os impactos das novas tecnologias e a sustentabilidade dos modelos de financiamento.

O diretor de Pesquisa do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), Rudi Rocha, apresentou um panorama dos sistemas de saúde no Brasil, destacou os atuais desafios da saúde suplementar e apontou a necessidade de repensar as relações público-privadas.

Na sequência, o diretor executivo e conselheiro da Ambev, Edson Carlos De Marchi, defendeu a criação de mecanismos de incentivo mais sustentáveis, capazes de equilibrar a remuneração entre empresas e trabalhadores e, ao mesmo tempo, garantir qualidade nos serviços prestados.

A secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Ministério da Saúde), Fernanda de Negri, reforçou que a pressão sobre os custos do setor está diretamente ligada à introdução de novas tecnologias. Para ela, a saída está no diálogo entre diferentes atores.



“Com o envelhecimento populacional e a incorporação de inovações, é inevitável o aumento de custos, e precisamos encontrar soluções para isso. Mas também devemos buscar ganhos de eficiência e mensurar os resultados gerados por essas tecnologias”, afirmou.

O vice-presidente de Recursos Humanos da Volkswagen, Douglas Pereira, acrescentou que a saúde deve ser tratada como um ativo estratégico dentro das organizações. Ele defendeu a realização de parcerias para construir modelos de remuneração mais sustentáveis e transparentes.



Continuidade da agenda

A primeira reunião funcionou como espaço de escuta, debate e reflexão para definir temas e propostas que vão orientar os próximos encontros da Agenda MES 2026-2027. O objetivo é fortalecer a cooperação entre os setores público e privado na formulação de políticas de saúde mais eficazes e duradouras.

Participaram também a diretora interina de Gestão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Carla Soares, a diretora de Normas e Habilitação de Produtos da ANS, Lenise Secchin, o vice-presidente da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, deputado Pedro Westphalen, o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Leandro Safatle, o diretor superintendente do Departamento Nacional do SESI, Paulo Mól, além de outros representantes do setor.

Utilizamos cookies para permitir o funcionamento de nosso site e para coletar estatísticas de visitas para melhorar sua experiência de navegação. Saiba mais em nossa política de cookies ou gerencie suas permissões. Fale com nosso DPO através do e-mail: lgpd.cnsesi@cnsesi.com.br