A discussão sobre mudanças climáticas e a reconstrução do Rio Grande do Sul ganharam destaque do evento "Diálogos Capitais", que ocorreu na última terça-feira (14), na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Entre as personalidades, o Ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o vice-presidente da CNI, Jamal Bittar estiveram presentes para debater reindustrialização do país e sustentabilidade. A importância da indústria para o crescimento econômico e a urgência climática, foram destaque.
Vagner Freitas, presidente do Conselho Nacional do SESI, no painel Os Desafios da Reindustrialização em Bases Sustentáveis, defendeu a ampliação do debate entre sociedade civil e Governo Federal sobre o desenvolvimento da indústria com sustentabilidade. Freitas ressaltou que o esforço de reconstrução não é apenas uma questão econômica, mas da criação de condições para o crescimento do Brasil potencializado pela indústria.
“O que nós temos que fazer é propor um grande debate nacional capitaneado pela sociedade civil, pelo setor produtivo, pelos trabalhadores, pelos intelectuais, pelas universidades, pelas mentes pensantes no Brasil, que consigam construir um projeto efetivo de nação para o Brasil”, afirmou o presidente do Conselho Nacional do SESI. Ele alertou sobre a importância de combater ameaças à democracia e promover valores civilizatórios fundamentais para a sociedade brasileira.
O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, destacou a solidariedade do povo brasileiro em tempos difíceis, mencionando a mobilização de vários setores da sociedade, ao mesmo tempo em que criticou o uso das redes sociais para disseminar ódio e desinformação. Abordou a situação do Rio Grande do Sul, ressaltando a importância de um plano de reconstrução sustentável para o estado, aproveitando a suspensão da dívida com a União e mobilizando recursos para a reconstrução após a tragédia.
Padilha destacou quatro grandes eixos para a reconstrução de um novo projeto para o Brasil: a importância de salvar a democracia, reconstruir relações institucionais, debater a regulação das redes sociais e reposicionar o Brasil no mundo. O Ministro enfatizou a necessidade de recriar políticas sociais para fortalecer um ciclo de crescimento econômico que reduza a desigualdade e seja fiscalmente responsável.
A gravidade do problema climático no Rio Grande do Sul foi enfatizada pelos palestrantes. Os discursos dos debatedores convergiram em torno da ideia de que a reconstrução do estado exigirá um movimento nacional que defenda a democracia e busque soluções sustentáveis para as questões ambientais.
A necessidade de aprimorar o regime político e econômico para atender às demandas da sociedade foi destacada, juntamente com a importância de a sociedade civil se manifestar e participar ativamente na definição do seu próprio destino.
“Nossa percepção é que existem três grandes crises que se retroalimentam: a crise climática, sem dúvida nenhuma, a perda de biodiversidade e a desigualdade social. Elas não estão dissociadas e se retroalimentam”, disse Marina Grossi, presidenta do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).
A reindustrialização em bases sustentáveis é de extrema importância para o desenvolvimento econômico e social, especialmente no contexto atual de urgência climática. A reindustrialização sustentável busca promover o crescimento da indústria de forma a minimizar impactos negativos ao meio ambiente, garantir a equidade social e promover o desenvolvimento econômico de maneira responsável.
Este enfoque considera a necessidade de criar condições para o crescimento do Brasil potencializado pela indústria, ao mesmo tempo em que reconhece a importância de debater e propor soluções para os desafios climáticos, como evidenciado pelas recentes enchentes no Rio Grande do Sul.
A intenção do debate foi criar e manter um espaço de diálogo e proposição de soluções que defendam a democracia, os direitos humanos e a liberdade, e que busquem construir um sólido campo fértil para o crescimento econômico com uma indústria forte.